sexta-feira, 18 de dezembro de 2009














Ao pôr do sol, pela tristeza
Da meia luz crespuscular
Tem a toada de uma prece
               A voz do mar.


Aumenta, alastra e desce pelas
Rampas dos morros, pouco a pouco,
O ermo de sombra, vago e oco,
Do céu sem sol e sem estrelas.


Toda se abranda a vaga hirsuta,
Toda se humilha, a murmurar...
Que pede ao céu que não a escuta
               A voz do mar.

                                                             V. Carvalho

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