segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Estátua






















Cansei-me de tentar o teu segredo:
No teu olhar sem cor, - frio escapelo,
O meu olhar quebrei, a debatê-lo,
Como a onda na crista dum rochedo.


Segredo dessa alma e meu degredo
E minha obsessão! Para bebê-lo
Fui teu lábio oscular, num pesadelo,
Por noites de pavor, cheio de medo.


E o meu Ósculo ardente, alucinado,
Esfriou sobre mármore correcto
Desse entreaberto lábio gelado:


Desse lábio de mármore, discreto,
Severo como um túmulo fechado,
Sereno como um pélago quieto.


                                                              Camilo Pessanha

2 comentários:

Manuel Braga Serrano disse...

O que para aí vai

Abraço-te disse...

E que olhar...

Abraço-te